Artista Dennise Iserhard - Currículo do Artista
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Dennise Iserhard
DENNISE ISERHARD
Denise Iserhard Haesbaert nasceu em 08/11/1949 em Porto Alegre, onde reside e trabalha.
Formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Porto Alegre/RS 1974) onde graduou-se em tura e pós-graduada com especialização em poéticas visuais pela Feevale, Novo Hamburgo, RS (2008).
Sua pesquisa pictórica enfoca questões ligadas ao tempo, ao feminino, à natureza e aos ritos. Divide seu trabalho em Zonas, territórios de espera, faixas de pesquisa, de intervalos, de tempo e experimentos.
Sua obra é construída por duas grandes Zonas : Zonas de Vestígios e Zonas de Rastro.
Nas Zonas de Vestígios, fez uso de materiais orgânicos e sangue menstrual, deixando transparecer a passagem do tempo, falando de um tempo biológico, através do uso de suas últimas menstruações, encerrando um ciclo feminino (menopausa).
Nas Zonas de Rastro, faz uso de materiais póveros, químicos, oxidações, tinta acrílica, cimento, terra, pó de mármore, betume, resinas e outros. É constituída por diversas zonas desde o ano de 2000.
A partir de 2016, as pinturas das Zonas de Rastro são denominadas: a) Zonas de Oxidações, em virtude da artista agregar ao processo só matrizes de ferro, expostas ao tempo climático que produzem as primeiras impressões de ferrugens; b) Zonas híbridas, monotipias impressas em camadas de voil, linho ou lona que transitam entre as técnicas de gravura e de pintura. Oxidações que revelam o diálogo silencioso da artista com a passagem do tempo climático através da interferência da chuva, vento, sol e poeira, na sua feitura. O tempo e a natureza são construtores primordiais da pintura. Após estes registros, as telas são finalizadas com o uso de tinta óleo, pó de ouro e cobre.
Sua pintura se apresenta como organismo vivo e orgânico, confirmando que é na experimentação matérica, na ausência de regras e na liberdade do artista de criar que a arte revela sua perplexidade em relação ao estar no mundo. Todas as ações se realizam e estão relacionadas com a fluidez e a passagem do tempo, com as transformações matéricas e com a transitoriedade da vida e da natureza.
Desde 2020, período da epidemia do Covid-19, vem pesquisando outros materiais e suportes para expressar o momento atual. Momento de reclusão, enclausuramento e solitude. Primeiramente, o interesse era a invisibilidade do vírus, então, se utilizou de vidros e espelhos em suas pinturas. Posteriormente, surgiram pinturas/objetos, caixas coloridas numa tentativa de aprisionar o vírus e transformá-lo em zonas de ambiências. O trabalho se manifestou numa explosão de cores. Após o conceito de falta de liberdade de ir e vir, a pesquisa foi se direcionando para uma representação de muros e grades, que surgiram como zonas de demarcação. Desdobramentos e reflexos, revelando um tempo como limite e divisão de espaços ,de distâncias e de pessoas. E aí, juntamente com a artista Rosali Plentz ,a pesquisa se tornou a quatro mãos remetendo ao colaborativo e coletivo numa série imensa de trabalhos.