Artista J.Borges - Currículo do Artista
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J.Borges
José Francisco Borges, conhecido artisticamente como J. Borges, é um artista, cordelista e poeta brasileiro. É um dos mais famosos xilógrafos de Pernambuco, nasceu em 1935 na cidade de Bezerros, no interior de Pernambuco, onde vive até hoje. Começou o trabalho com xilogravura para ilustrar suas histórias em cordéis, hoje elas são vendidas a colecionadores, artistas e intelectuais, também já publicou vários álbuns.
Biografia
José Francisco Borges, nasceu em 20 de dezembro de 1935, no município de Bezerros, Pernambuco, onde deu início a sua vida artística e onde reside até hoje, escrevendo, ilustrando e publicando os seus folhetos.
Aos 8 anos, Francisco Borges já trabalhava na terra com o pai. Aos dez, já fabricava e vendia na feira colheres de pau. Foi oleiro, confeccionou brinquedos artesanais e vendeu livros de cordel. Ele é um dos Patrimônios Vivos de Pernambuco.
Morou cerca de 15 anos nos municípios de Escada e Ribeirão, na Zona da Mata de Pernambuco.[1]
Aos 21 anos, José resolveu que iria escrever cordel. Foi quando fez " O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina " que foi xilogravada por Mestre Dila, que vendeu mais de cinco mil exemplares em dois meses.
Como não tinha dinheiro para bancar um ilustrador, J. Borges resolveu fazer ele mesmo: começou a entalhar na madeira a fachada da igreja de Bezerros, que usou em O Verdadeiro Aviso de Frei Damião.[2] Desde então, começou a fazer matrizes por encomenda e também para ilustrar os mais de 200 cordéis que lançou ao longo da vida.
Descoberto por colecionadores e marchands, viu seu trabalho ser levado aos meios acadêmicos do país. Na década de 1970, José Borges desenhou a capa de " As Palavras Andantes " , de Eduardo Galeano.[2] e gravuras suas foram usadas na abertura da Telenovela Roque Santeiro,[3] da Rede Globo. Nessa época, começou a gravar matrizes dissociadas dos cordéis, de maior tamanho. Isso permitiu expor no exterior: em 1992, na Galeria Stähli, em Zurique, e no Museu de Arte Popular de Santa Fé, na cidade de Novo México. Depois, novas exposições, na Europa e nos Estados Unidos.
Foi convidado e deu aulas na Europa e nos EUA de Xilogravura e entalhamento em madeira.
J. Borges foi condecorado com a comenda da Ordem do Mérito pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, recebeu o prêmio UNESCO na categoria Ação Educativa/Cultural. Em 2002, foi um dos treze artistas escolhidos para ilustrar o calendário anual das Nações Unidas. Sua xilogravura A Vida na Floresta abre o ano no calendário. Em 2006, foi tema de reportagem no The New York Times. O escritor Ariano Suassuna o considerava o melhor gravador popular do Nordeste.
Suas xilogravuras são impressas em grande quantidade, em diversos tamanhos, e vendidas a intelectuais, artistas e colecionadores de arte. Dono de uma técnica própria de colorir as imagens, atende pedidos para representar cotidiano do pobre, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção, os folguedos populares, a religiosidade, a picardia, sempre ligados ao povo nordestino.
Em sua cidade natal, foi inaugurado o Memorial J. Borges, com exposição de parte de sua obra e objetos pessoais.
Em janeiro de 2022 foi aberta a exposição J. Borges – O Mestre da Xilogravura, no Museu de Arte do Rio, com uma uma coletânea de 40 xilogravuras, sendo 10 obras inéditas, 10 matrizes inéditas e as 20 obras mais importantes da sua carreira, com temas que retratam a trajetória de vida do artista.
É um dos Patrimônios Vivos de Pernambuco